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Desaguar de um rio.

Toda vez que passo pela frente de um rio, eu sinto que sempre um pedacinho de mim, fica nas correntezas. Não fico sentindo falta do pedaço que se foi, por que parece que, a cada pedaço que corre direção a algum lugar, deságua em mim.  É como se fosse um círculo continuo de reposição de mim mesma.  Quando vejo um rio, penso sempre em um espelho e me vejo nele. Mas tudo é uma questão física e de perspectiva.  O pedaço de mim que fica no rio, não se vai, ele volta pra mim.  Eu me vejo num rio e ele deságua em qualquer porto.  Estou num gole d'água, numa lágrima, no brilho dos olhos.  Tem pedaços de mim em todo planeta. Eu corro e percorro por tudo e em todos. Quando eu rio, passo na frente de onde desaguo, um pedaço de mim fica lá, mas volta pra mim.  No rio que eu desaguo, tem o mesmo endereço da rota que surgi. 

Obrigada, pedras.

Hoje estou de frente pra mim mesma.  Cada dia que passa, mais eu percebo o quanto me torno diferente.  Me perguntaram essa semana, se eu me fazia sorrir. Eu parei um pouco e comecei a refletir sobre todas as minhas atitudes para com as pessoas. Sobre meu cuidado com elas, com a história delas. E através desse cuidado e atenção, eu vi o quanto eu tenho amor por mim, cuidado, apreço, admiração à mulher que sou e serei.  A realidade é que, nós somos e oferecemos ao outro, o que temos dentro de nós.  Quando eu comecei a perceber isso dentro de mim, tudo mudou por dentro, porquê do lado de fora, as mesma situações acontecem. Só não me atrapalham mais.  Isso é tão glorioso. Surge uma paz, que sim, só existe eu e minha luz.  Estou beirando meus 28 anos, e vejo o quanto me esquivei de tantas pedras.  Voltei e peguei todas as pedras.  Via o quanto elas me faziam chorar.  Acolhi todas.  Acolhi minhas dores e hoje sou digna de continuar vivendo....

Próximo Domingo, mas nem tão próximo.

Eu passei o dia todo dentro de uma embalagem às vácuo, chamada corpo. Lendo possibilidades. Respirando meu próprio ar. Me envenenando com meu veneno. Sorrindo com minha seriedade. Sorrindo da minha seriedade. Era seriedade?  Uma chacota. A única cota. Me olhei na cama e vi a dor do pescoço de carregar mundo. Vi a afta na boca e o sono restaurador. Que cansaço!!! Tomei um chá de manjericão. Dizem que faz bem. Comprei até um incenso dele. Talvez meu pulmão precise também, do que eu dei o meu estômago. Amanhã começa tudo de novo e eu já estou rezando para não ter medo de chegar o próximo domingo, mesmo implorando por ele.

O cais e a água.

Antes de começar, preciso introduzir uma coisa.(laele): Não há vida sem natureza, a vida começa na fertilidade da mulher terra. Não existe natureza sem Horizonte, eu sou a natureza e eu estou sem meu horizonte.  Cadê Chico Mendes para me ajudar com sua música do meio ambiente? Vamos imaginar que você está num cais e esse cais está de frente a uma imensidão de mar. Um mar lindo, brilhante, cheio de originalidade, com algumas ondas, cores, oxigênio, mas não existe o complemento. Você só consegue ver o mar.  Talvez você imagine que o mar esteja sem companhia, entende que é grandioso, cheio de vida e faz o seu trabalho no ecossistema.  Mas, nas poesias vendidas, o mar conversa com o céu, com a lua, com o sol. Vendem uma história bem inalcançável da conjunção de mares e paisagens. Mostram a poesia superficial do bonito e belo. Talvez eu esteja sendo muito audaciosa, dizendo que todos os outros foram rasos, ao falar da melhor conjunção do mundo. Continuarei sendo.  Como qu...