Lá vem a Nana ...
Assunto sério, então, DEIXE EU FALAR .
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Estamos num momento delicado, todos dentro de casa, com seus familiares, sozinhos, com amigos, alguns nas ruas, por não terem onde morar..
Enfim, sub-humano, mas ainda assim delicado.
Estamos percebendo o quanto tudo tem ficado mais intenso, do mais complexo que são as medidas de segurança urgentes para o COVID-19 a um ver o dia raiar, sem ter o que fazer além de sua janela.
A situação está tão crítica, psicologicamente, que as prateleiras dos supermercados estão esvaziando, os preços aumentaram em uma proporção exorbitante, exercícios fisicos feitos dentro de casa, por causa de uma ansiedade e consciencia de que precisa fazer algo pro corpo, pessoas com auto julgamento por não conseguir levantar do sofá pra se exercitar, limpezas constantes, dentro de casa, para passar o tempo contrapondo a uma preguiça imensurável de não conseguir levantar da cama, coração em taquicardia por reativar as crises de ansiedade ou depressão VS silêncio corporal e mental por causa da ansiedade e depressão.. São muitos casos reais que estão sendo vividos em todo o mundo.
Estamos em colapso mental e não estamos percebendo, não estamos tendo a noção do quanto essa quarentena está sendo usada consciente e inconscientemente errada.
Vamos tentar ir por partes.
Vou da um exemplo na minha classe artística, na dança especificamente: COMO IREMOS GANHAR DINHEIRO?
Como iremos sobreviver com a falta de atenção do governo e prefeitura para nossa situação?
Difícil, né?
- Mas Nana, você num disse que iria falar sobre um problema mental?
RS, vou chegar lá, agora.
Vale ressaltar que não quero em HIPOTESE alguma, tirar a responsabilidade do governo brasileiro para com a nossa situação. (apesar de atingir muito nossa auto estima e visão de vida..)
Mas já que a visão desse post é mental, PENSE COMIGO:
" Depertador as 5h da manhã, ônibus cheio, 3 aulas por manhã, cochilo no canto da sala, despertador 14:40, aula as 15, 19h banho e preparação para o show, 21:30 final da aula, 23h pelourinho deserto, 00h chegada em casa"
OU
" Despertador as 5h, café do filho, leva pra creche/escola, de lá segue andando pra aula, 3 por manhã, liga pra mãe: 'Cadê meu filhx? O briquedo ta no guarda roupa ', compra um lanche com o dinheiro do transporte, aula 15h, 17h volta andando pra casa, ou pro emprego . "
OU
" Despertador as 4h, ônibus pra Salvador sai as 5h, abre a escola, pra fazer as 3 aulas por manhã, almoço dividido entres os colegas, aula as 15, 17h CORRE pra rodoviária, minha mãe tá passando mal."
OU
" Pró me ajude, eu tô com fome, eu não vou conseguir fazer sua aula ."
Entre muitos outros exemplos ..
AUDIÇÃO:
"Corre, pega a malha preta, se arruma!!"
- Desculpa, você é muito bom, mas hoje não!
AUDIÇÃO da banda de fulano de tal:
- Desculpa, é indicação.
Ou
- Desculpa, mas você não tem o perfil.
- Desculpa, você é boa, mas é baixinha.
PAH, 10 DVDs com o mesmo elenco.
Eu sei que o momento é pra união, pois, juntos precisamos mostrar que nossa classe tem que está unida, pra poder termos os direitos que merecemos, em situações de crise como essa.
Não discordo, até por quê será por um período, até tudo voltar ao normal.
Espero que consigamos!
Existe um formulário para artistas da dança, através do projeto coletivo Noix, que faz o mapeamento desses artistas que precisam dessa ajuda. FAÇAM ESSE FORMULARIO.
(https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSciz5e7KttRiBGMLfK2by4dy60jHeWrJALT1piswiAgPWxMfQ/viewform )
Assim chegamos com mais rapidez nas autoridades responsáveis.
Essa crise vai passar.
Mas e aí?
A crise passará
Os trabalhos voltarão ao normal.
Como ficaremos?
Todos estão agora nesse momento no mesmo mar, alguns em barcos, outros em iates, outros nadando, uns se afogando, outro segurando uma boia.
Mas estão todos preocupados em não morrer com o vírus ou de fome.
Mas e depois?
Será que lembraremos que todos somos uma só classe ou "Farinha pouca, meu pirão primeiro?"
A crise vai passar só para alguns. Infelizmente.
Então eu volto a dizer incansavelmente, não tiro a responsabilidade das autoridades para conosco cidadãos, mas essa quarentena, talvez seja necessária a reavaliação de nossas atitudes com o outro, com nós mesmos.
Pois, é muito mais confortável falar que estamos todos juntos ou numa visão geral, culpar as autoridades, pois, precisamos responsalizar alguém por isso, mas e nós?
Qual o nosso papel diante disso tudo, enquanto ser humano, profissional, família, amigo?
Vamos pensar!
A crise vai acabar, e se realmente mudarmos, não vai ser só pra alguns, vai ser pra todos.
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