Certa feita, me senti muda, ao tentar dizer algo sobre minha história.
Vou contar um brevíssimo trecho.
Eu sou uma mulher preta, descendente de preta, branco e índio.
- Ah Nana, mas todos os brasileiros são assim, não?
Sim, são! Somos !
Mas, existem poréns.
Tem o porém de que, se tenho no meu sangue as três etnias, se tenho as três características no meu físico, por que você se diz somente preta?
Por quê, aparentemente, minhas características afro sul americana, se sobressaem, impactam de todas formas, em questão de características físicas, de não privilégios, de preconceito, de lugares de fala, que muitas vezes não ao ditas.
Portanto, sou preta sim.
Preta por que tenho descendência, preta por que me sinto preta, preta por que a sociedade me coloca no lugar de preto, (mesmo sendo excluída, por ter cor de pele clara), preta por que é dificil chegar em lugares que almejo, por ser preta.
Mas, minhas características físicas são:
Cor de pele marrom claro, nariz mediano, lábios carnudos, cabelos pretos e longos, olho castanho escuro.
RS, para alguns, eu sou a mistura do Brasil.
Ah!! Falei demais, né?
Mas será que tenho lugar de fala?
Ah!! Nana, tem sim.
Mas por que eu sou interrompida e crucificada, por ter uma cor de "bufa" ou por que tem pessoas que têm mais direitos que eu e eu tenho que me calar?
Sim, concordo, me calo, aprendo e respeito. Mas por que eu não posso falar, do que também me dói?
Mas, eu também não posso falar da importância da visibilidade indígena? Por que eu não moro numa aldeia? E novamente, concordo, me calo, aprendo e respeito. Mas por que é tido como errado, estar nessa também luta por direitos e reconhecimento, que tá virando folclore? Minha bisavó virou história de quadrinhos? É isso? Vou fingir que não existe?
E por que eu tô palmitando, quando elogio um branco? Não posso ter orgulho do meu pai e irmãos?
Aí, eu falando sobre meu também sangue, eu me encaixo pra sociedade, no lugar de preta?
As pessoas me colocam no lugar de nada, por não ter direito e nem espaço, por cada etnia, que habita em meu sangue.
Minhas características físicas são misturadas, mas se sobressaem as pretas.
Eu acho lindo e cheio de honra.
Mas, eu sou preta e cor clara e o próprio colorismo me exclui. Uma exclusão que se resulta por que, me reconheço, luto e sou a favor do povo preto, porém, eu entendendo minha história brasileira, que é uma mistura, não me encaixo.
E ai, pra sociedade, volto a ser nada.
Por que o Brasil, luta contra a segregação, mas segrega, pra fazer entender.
Eu, Janaína, não pertenço a nada, pra eles.
Vou contar um brevíssimo trecho.
Eu sou uma mulher preta, descendente de preta, branco e índio.
- Ah Nana, mas todos os brasileiros são assim, não?
Sim, são! Somos !
Mas, existem poréns.
Tem o porém de que, se tenho no meu sangue as três etnias, se tenho as três características no meu físico, por que você se diz somente preta?
Por quê, aparentemente, minhas características afro sul americana, se sobressaem, impactam de todas formas, em questão de características físicas, de não privilégios, de preconceito, de lugares de fala, que muitas vezes não ao ditas.
Portanto, sou preta sim.
Preta por que tenho descendência, preta por que me sinto preta, preta por que a sociedade me coloca no lugar de preto, (mesmo sendo excluída, por ter cor de pele clara), preta por que é dificil chegar em lugares que almejo, por ser preta.
Mas, minhas características físicas são:
Cor de pele marrom claro, nariz mediano, lábios carnudos, cabelos pretos e longos, olho castanho escuro.
RS, para alguns, eu sou a mistura do Brasil.
Ah!! Falei demais, né?
Mas será que tenho lugar de fala?
Ah!! Nana, tem sim.
Mas por que eu sou interrompida e crucificada, por ter uma cor de "bufa" ou por que tem pessoas que têm mais direitos que eu e eu tenho que me calar?
Sim, concordo, me calo, aprendo e respeito. Mas por que eu não posso falar, do que também me dói?
Mas, eu também não posso falar da importância da visibilidade indígena? Por que eu não moro numa aldeia? E novamente, concordo, me calo, aprendo e respeito. Mas por que é tido como errado, estar nessa também luta por direitos e reconhecimento, que tá virando folclore? Minha bisavó virou história de quadrinhos? É isso? Vou fingir que não existe?
E por que eu tô palmitando, quando elogio um branco? Não posso ter orgulho do meu pai e irmãos?
Aí, eu falando sobre meu também sangue, eu me encaixo pra sociedade, no lugar de preta?
As pessoas me colocam no lugar de nada, por não ter direito e nem espaço, por cada etnia, que habita em meu sangue.
Minhas características físicas são misturadas, mas se sobressaem as pretas.
Eu acho lindo e cheio de honra.
Mas, eu sou preta e cor clara e o próprio colorismo me exclui. Uma exclusão que se resulta por que, me reconheço, luto e sou a favor do povo preto, porém, eu entendendo minha história brasileira, que é uma mistura, não me encaixo.
E ai, pra sociedade, volto a ser nada.
Por que o Brasil, luta contra a segregação, mas segrega, pra fazer entender.
Eu, Janaína, não pertenço a nada, pra eles.
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