Ôh assunto que dá trabalho.
Dá trabalho por que que é um tabu a ser quebrado, dá trabalho por que nem todo mundo tá preparado pra esse assunto, dá trabalho por que quando você fala sobre o assunto a alguém monogamico, eles acham que você tá chamando eles para um ménage... Posso listar várias situações, mas não vou, por que dá trabalho.
Antes de tudo, vamos entender os dois pólos.
A monogamia, como antes achava, não é uma simples relação com um só parceiro. Para além disso, a monogamia foi imposta há muitos anos como única e aceitável relação de afeto. Uma estrutura hierárquica e ditada de como seria uma relação, uma organização para que se distribuísse afetos. (Eles disseram e dizem até hoje, como a gente tem que amar.)
Antigamente, as uniões eram também por conveniência, envolviam política, bens materiais e sim, também como forma de garantir aos homens a certeza sobre a paternidade dos seus herdeiros. (A mulher exposta ao ridículo mais uma vez.) Pasmem.
A não-monogamia vem como um guarda-chuva trazendo uma visão de rompimento de lógicas monogamicas. Não só para relacionamentos amorosos, como também à política, por exemplo. Para os adeptos ao movimento, a não-monogamia vai além do que se relacionar com mais pessoas, que inclusive foi banalizado exatamente por acharem que é somente ter mais que uma pessoa. A não monogamia é uma causa que preza o valor ético e pessoal do indivíduo numa causa em conjunto. A liberdade do sentir, a liberdade política, a liberdade de se sentir tranquilo em pensar e agir sem culpa ou imposições.
Eu, Janaína, nunca tive uma relação não-mono e nem afirmo que sou não-monogâmica, mas depois de tantas relações dolorosas por causa de ciúmes, agressões, abandono e irresponsabilidade afetiva, comecei a ler sobre não-monogamia e percebi minha imensa liberdade. Compreendi também, onde machucava o outro com ciúmes e as impostas posses que disseram que tínhamos sobre o outro. Me trouxe a tranquilidade de ser eu mesma e permitir que o outro também fosse ele em sua individualidade, mesmo a monogamia dizendo pra mim que eu não tinha que aceitar certas atitudes do outro.
Por fim, eu posso dizer que hoje, sentir Compersão (contrário de ciúme), respirar em paz por pensar da minha maneira e respeitar o pensamento do outro, poder admirar o outro e não achar que isso é traição ou errado e muitas outras situações que valem pra qualquer tipo de relacionamento, seja amorosa, amizade, familiar... É um alívio. Posso dizer também que a não-monogamia me mostrou uma forma melhor de ser livre sem culpa, mesmo eu escolhendo ser monogâmica em qualquer situação.
Sim, já ouvi que sou put4, afinal, mulheres livres não são aceitas pela sociedade... Mas isso é pano pra outra manga.
Leiam sobre, vai fazer bem pra alma.
Dedico esse texto a Rita, dalila.. que me mostrou com muito carinho, que ser livre era um dos meus poderes.
Me peguei pensando nisso nos últimos dias. Em vários momentos o silêncio gritou meu nome e deixei o meu ego - ou minha mania de saber tudo - passar na frente. Ele alerta, conversa, até que ele grita com a gente e ainda assim, nós ignoramos. Se pararmos pra analisar nosso cotidiano, você se pega pensando: - poxa, acho que falei demais, acho que falei o que não deveria ou acho que magoei aquela pessoa... Eu penso que o silêncio é ancestral, que silêncio é magia boa, silêncio é a certeza inexplicável. E silenciar é muito difícil, porque a gente quer falar, a gente quer ser ouvido, mas não queremos escutar e pra escutar é preciso ceder, por vezes, até mudar de opinião e perceber que nada é estático. Tudo se transforma a todo momento e isso é inevitável. Bater de frente com o movimento silencioso da vida, é burrice. Estamos de acordo que, não sabemos tudo, que não temos a resposta pra tudo, que os caminhos e atalhos mudam num piscar de olhos. E pra perceber esse d...
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